Phillip Lim: “O Brasil precisa construir sua história de moda
O Pense Moda ocupou o MuBE durante 3 dias em sua 5ª edição com assuntos que vão desde a força de consumo da classe C até a rapidez que já está no nome do fast-fashion. E se o objetivo é colocar pra pensar as cabeças que podem formar uma nova geração na moda brasileira, exemplos como o de Cécile Coutlot e Phillip Lim podem servir, não como base literal, e sim como inspiração. Isso porque, como fica claro no discurso de cada um dos convidados internacionais, o sucesso de um mercado está muito ligado à cultura do lugar onde se encontram. “Nos EUA a indústria da moda ainda é jovem, não é como em Paris, onde existe muita história. O Brasil é como nós, precisa criar sua história de moda ainda – e pra isso deve se basear nas tradições de seu país, na cultura popular“, aconselhou Phillip Lim.
“Não dá pra pensar numa mulher de sedução misteriosa, se a mulher brasileira é alegre na cama, sem mistério”, observou André Torreta, da Ponte Estratégia, consultoria com foco na classe C. É nesse ponto que se encontram as palestras internacionais com as mesas de discussão brasileiras do evento. Celso Loducca, Rony Rodrigues , Humberto de Biasi e André lembraram à plateia que essa classe emergente é um bom retrato do que é o Brasil de fato. “A classe C sempre foi como é, mas só agora ela passou a ser respeitada pelas marcas, que agora tiveram que se render por causa de seu poder de consumo”, disse Loducca.
Mesa sobre o poder de consumo da classe C: Rony Rodrigues, André Torreta, Leticia Malta, Celso Loducca e Humberto de Biasi
E a empresa que quiser acompanhar esse crescimento financeiro precisa se adequar, no que pode ser um bom movimento pra fazer com que a moda feita por brasileiros exista de fato pros brasileiros. “Precisamos prestar atenção nas nossas próprias referências”, lembrou André, seguido por Rony: “Pesquisas mostram que essa parcela da população sequer conhece nomes que todos nós achamos que conhecemos”, que depois citou uma pesquisa onde Clodovil disparou na frente de Alexandre Herchcovitch como a referência de estilista pros brasileiros. Alexandre, por sua vez, foi perguntado sobre esse mercado emergente em outro momento, numa sabatina, e afirmou não pensar nele na hora de fazer seu trabalho.
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